sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Bom e barato: conheça 21 restaurantes em SP com refeições por até R$ 50

Em tempos de crise, chefs investem em menus que cabem no bolso

FSP, 26/07/2019 

Não está sendo fácil. Os versos entoados pela cantora Kátia ainda nos anos 1980 parecem ecoar por aí nesses tempos atuais de grana curta e preços cada vez mais altos.
Mas, mesmo com a economia estagnada e o flerte com a recessão, não param de pipocar novidades gastronômicas na cidade —muitas delas com opções mais em conta, incluindo bares e lanchonetes.

Pode até não parecer, mas existem, sim, em São Paulo, opções de restaurantes bacanas, de chefs renomados, com menus por até R$ 50. São exemplos o coreano Komah, de Paulo Shin, e o contemporâneao Petí, de Victor Dimitrow. Confira a seguir.

REFEIÇÕES POR ATÉ R$ 50   

A Baianeira
Escondida em uma tranquila rua na Barra Funda, a casa de Manuelle Ferraz remete à tranquilidade e aconchego do interior. Se o estabelecimento começou apenas com pães de queijo, hoje serve itens para o café da manhã e almoço. Durante a semana, dá para escolher entre os pratos do dia (até R$ 45) ou os combinados chamados ali de triviais, que incluem arroz, feijão, salada, legumes e creme do dia —o cliente escolhe a proteína (R$ 26 a R$ 30). Aos sábados, tem combos de café da manhã (R$ 35) e receitas como a carne de panela e creme (R$ 42).
R. Dona Elisa, 117, Barra Funda, região central, tel. 2538-0844. 34 lugares. Ter. a sáb.: 9h às 17h.

Bánh Mì Vietnam
Outrora pequenino, o restaurante mudou para um endereço maior recentemente —mas manteve a simpatia, os temperos e os preços amigáveis. O vietnamita Yann Dupierre compôs o menu baseado na comida de rua de seu país, com receitas como o sanduíche que dá nome ao local 
(R$ 21), além de receitas quentes como o pho, ensopado com que lembra o lamen (R$ 39 o grande). Já os rolinhos de alface, hortelã, shimeji e coentro, com ou sem carne de porco, embrulhados na folha de arroz, podem ser pedidos por unidade, por R$ 12.
R. Dr. Seng, 44, Bela Vista, região central, tel. 97754-1856. 25 lugares. Qua. a sex.: 12h às 16h e 18h às 22h. Sáb.: 13h às 16h e 19h às 22h. Não aceita tíquetes.

Casa de Ieda
A chef Ieda de Matos rende homenagem à terra natal, a Chapada Diamantina, em sua casa. Com preços camaradas, o menu é rotativo —mas são grandes as chances de encontrar itens como o bolinho de pirão de queijo de coalho (R$ 20 com quatro unidades), o godó (banana, carne de sol, arroz vermelho e chips de batata-doce ou de banana; R$ 32) e o baião de dois (R$ 32). Para acompanhar, peça o aluá (R$ 10), uma bebida fermentada de origem indígena feita com a casca de abacaxi, gengibre e rapadura.
R. Ferreira de Araújo, 841, Pinheiros, região oeste, tel. 4323-9158. 18 lugares. Ter. a sex.: 12h às 15h. Sáb.: 12h às 16h. 

Cepa
A proposta do chef Lucas Dante é ter uma cozinha autoral baseada no ingrediente —e os bons resultados fogem do óbvio. Para começar, há a tábua de curados na casa (copa-lombo, lardo, pancetta e papada) com pão de campanha e picles (R$ 26). No almoço, oferece opções de prato do dia por R$ 30. Às sextas, por exemplo, tem peixe do dia com batata, beterraba e molho hollandaise ou galinhada com kimchi (conserva fermentada).
R. Antônio Camardo, 895, Vila Gomes Cardim, região leste, tel. 2096-0687. 40 lugares. Seg. a qui.: 19h às 22h30. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sex. e sáb.: 19h às 23h. Sáb. e dom.: 12h às 16h. Não aceita tíquetes. (*)

Comedoria Gonzales
Em sua primeira casa, o chef boliviano Checho Gonzales, expede comidas de rua com sabores latinos. O menu tem beliscos como a saltenha (R$ 11) e o choripán (R$ 20), além de pratos do dia. Mas quem brilha mesmo é o ceviche: o cliente escolhe entre peixe do dia e camarão; depois, seleciona a marinada, que pode ser leite de coco, óleo de gergelim ou suco de cambuci (R$ 26 ou R$ 32).
R. Pedro Cristi, 31/71, box 85, Pinheiros, região oeste, tel. 3813-8719. 30 lugares. Seg. a sáb.: 11h às 19h. Dom.: 11h às 17h. 

Conceição Discos e Comes
Ícone da casa, o pão de queijo aparece em versão simples (R$ 5) ou recheada, com pernil e ovo frito (R$ 19). Do fogão instalado logo atrás do balcão, a chef Talitha Barros interage com a clientela enquanto prepara arrozes, com uma sugestão diferente a cada dia; aos sábados, a receita é enriquecida com polvo (R$ 38).
R. Imaculada Conceição, 151, Vila Buarque, região central, tel. 3477-4642. 22 lugares. Ter. a sáb.: 10h às 21h.

Effendi
Clássico restaurante armênio, foi fundado em 1973 e tem como especialidade as famosas esfihas. Finas e leves, podem levar zátar (R$ 6,20), ou uma camada de queijo e da carne curada chamada basturmã (R$ 6,20) como cobertura. Dica para dividir —na conta e na mesa, o Herissah (R$ 30), combina carne desfiada, trigo integral, molho de manteiga e pães torrados.
R. D. Antônio de Melo, 77, Luz, região central, tel. 3228-0295. 50 lugares. Ter. a sex.: 10h às 16h. Sáb.: 10h às 15h30. Dom.: 10h às 14h30. 

Firin Salonu
Dos mesmos donos do Kebab Salonu, o endereço do chef Fred Caffarena nasceu com a proposta de fazer pratos com inspiração no mediterrâneo oriental. Para abrir o apetite, a dica é o basturmã (R$ 28). Na ala do principal, o bulgur, uma espécie de trigo, vem com medalhão de couve-flor caramelizada, açafrão, queijo tulha e molho de escarola (R$ 39).
R. Heitor Penteado, 699, lj. 1 e 2, Sumarezinho, região oeste, tel. 3803-8962. 40 lugares. Seg.: 19h às 23h. Qui.: 12h às 16h. Sex. a dom.: 12h às 16h e 19h às 23h.

Fitó
É o apelido de infância da chef Cafira Foz que batiza a casa. Ali, fazem bonito as comidas do Piauí, que são vendidas a preços bem amigáveis na região do largo da Batata. O menu é recheado de receitas que custam menos de R$ 40, além de ter opções de prato do dia. Uma dica é a paçoca (R$ 39), carne de sol com farinha de mandioca, manteiga de garrafa, servida com baião de dois, banana-da-terra e queijo de coalho.
R. Card. Arcoverde, 2.773, Pinheiros, região oeste, tel. 3032-0963. 90 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a sex.: 12h às 15h e 19h às 23h30. Sáb.: 12h30 às 16h30 e 20h às 23h30. Dom.: 12h30 às 17h.

Homa
Fica em uma simpática e tranquila viela o local em que, como diz o menu, os vegetais são reis. O esquema lembra o de fast-foods: você escolhe o que vai comer no caixa, paga e aguarda ser chamado pelo nome. O carro-chefe é o arroz cremoso de beterraba, com raspas de limão-siciliano e ricota (R$ 31).
R. Benjamim Egas, 275, Pinheiros, região oeste{oeste}, tel. 3097-9031. 60 lugares. Seg. a dom.: 11h30 às 16h.

Hospedaria 
Neto de italianos, o chef Fellipe Zanuto (A Pizza da Mooca) homenageia a culinária desses imigrantes em seu cardápio. No almoço, tem opções de prato no estilo pê-efe por R$ 29, além do menu-executivo, com entrada, principal e sobremesa, por R$ 49. Na segunda modalidade, dá para escolher entre arroz cremoso de legumes com ovo mole ou bife à milanesa, com maionese de batata e agrião, na etapa principal.
R. Borges de Figueiredo, 82, Mooca, região leste{leste}, tel. 2291-5629. 72 lugares. Seg.: 12h às 15h. Ter. a qui.: 12h às 15h e 18h às 22h30. Sex.: 12h às 15h e 18h às 23h30. Sáb.: 12h às 23h30. Dom.: 12h às 17h.

Jesuíno Brilhante
Pequenino, familiar e informal: é neste ambiente que somos remetidos ao sertão nordestino, em especial o potiguar. Para montar a refeição, é preciso escolher uma mistura e dois acompanhamentos. Assim, a carne de sol na nata fresca (R$ 34) pode vir com macaxeira cozida e farofa feita com manteiga de garrafa, coentro e cebola roxa. O prato do dia (R$ 31) vem com três acompanhamentos.
R. Arruda Alvim, 180, Pinheiros, região oeste{oeste}, tel. 2649-3612. 32 lugares. Seg. a sex.: 11h30 às 15h. Sáb.: 11h30 às 16h.

Jui
No almoço desta casa asiática, ao pedir um prato principal, o cliente pode escolher também uma entrada —a opção mais cara fica R$ 38. Assim, dá para combinar, por exemplo, o ovo com gema mole, creme de missô e crocante de amendoim ao lombo de porco empanado com salada de batata com wasabi. O menu principal, também tem preços convidativos, traz itens como o arroz salteado com pancetta, vagem, cebolinha, couve-flor, tomate e ovo (R$ 36).
R. Paul Valery, 104, Chácara Santo Antônio, região sul{sul}, tel. 2193-1086. 60 lugares. Seg. a qua.: 11h30 às 15h. Qui. e sex.: 11h30 às 15h e 19h às 22h. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 22h.

Kitanda Brasil
Tanea Romão abre as portas de sua residência para servir comida caseira, em menu que muda diariamente (R$ 32), com entrada, principal e sobremesa. Há um prato fixo: o filé de pescada empanado com polvilho doce. É recomendável checar  o funcionamento em instagram.com/tanearomao.
R. Catão, 893, Vila Romana, região oeste{oeste}, tel. 94288-8007. Ter. a sex.: 12h às 15h. Sáb. e dom.: 12h30 às 16h. Não aceita tíquetes. 1º dom. do mês: fechado.

Komah
O badalado restaurante coreano estreou uma tentadora novidade recentemente, com seu almoço-executivo (R$ 47). São três as opções de principal — bulgogui, tonkatsu ou kare—, que chegam à mesa com uma porção de arroz, kimchi, banchans (acompanhamentos variados), caldo e, ufa, fruta do dia. 
R. Con. Vicente Miguel Marino, 378, Barra Funda, região central{central}, tel. 3392-7072. 35 lugares. Seg. a sex.: 12h às 15h e 18h30 às 23h30. Sáb.: 12h às 16h e 19h às 23h30. Não aceita tíquetes.

Kurâ Izakaya
Ao contrário de outros izakayas que têm ambientes simples, este, do mesmo grupo do restaurante Kinoshita, tem ares mais sofisticados —mas mantém no cardápio petiscos e pratos familiares típicos de casas do tipo. Aqui, a dica é o happy hour, no qual um combo com petiscos como o katsu sando (sanduíche de lombo empanado) e berinjela no missô, mais duas cervejas em garrafa long neck, sai por R$ 49,90.
R. Domingos Fernandes, 548, Vila Nova Conceição, região sul{sul}, tel. 3045-2154. 60 lugares. Ter. a qui.: 12h às 15h e 18h às 23h. Sex. e sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 17h. Não aceita tíquetes.

Le Manjue Organique
Renato Caleffi, chef da casa, prepara pratos saudáveis com ingredientes preferencialmente orgânicos. Novidade, o prato do dia casa custa R$ 39,90 e vem acompanhado de salada. Às terças, por exemplo, tem um mexidinho com frango moído à moda tailandesa envolvido em arroz integral, tomatinhos e castanha-de-caju.
R. Domingos Fernandes, 608, Vila Nova Conceição, região sul, tel. 3034-0631. 70 lugares. Seg. a qui.: 11h30 às 23h. Sex.: 11h30 às 24h. Sáb.: 12h às 24h. Dom.: 12h às 17h. Não aceita tíquetes

Maripili
Há dez anos esta esquina espanhola faz sucesso em Santo Amaro graças à combinação entre o bom custo-benefício da comida e a boa seleção de vinhos. O cardápio  é breve  ecom sugestões diárias. As estrelas são as tapas, que podem ser tortillas (R$ 9, a tradicional) ou o pán tumaca (R$ 20). Os ovos à flamenga (R$ 28), vão ao forno com com fatias de presunto cru, linguiça e ervilha.
R. Alexandre Dumas, 1.152, Chácara Santo Antônio, região sul, tel. 5181-4422. 40 lugares. Seg. a sex.: 12h às 22h. Sáb.: 12h às 22h30. Dom.: 12h às 15h30. Não aceita tíquetes. 

Petí Gastronomia
Nos fundos de uma loja de materiais para pintura, está o pequeno restaurante do chef Victor Dimitrow. A opção por lá é o menu-executivo de almoço (rotativo e alterado a cada 20 dias) que sai por R$ 49, com entrada, principal e sobremesa. O cardápio atual tem opções como a costela angus, servida com terrine de mandioquinha, alface romana na brasa, farofa de talos e molho rôti. 
R. Cotoxó, 110, Perdizes, região oeste, tel. 3873-0099. 44 lugares. Seg. a sex.: 12h às 15h. Sáb.: 12h às 16h. 

Quibebe
Com foco na cozinha paulista, o chef Gustavo Rodrigues oferece pratos simples e saborosos. Durante a semana, no almoço, paga-se o valor do principal para provar, também, uma entrada. Dá, por exemplo, para combinar a porção do arroz de galinha com botarga de gema e quiabo tostado (R$ 29) com o caldinho 
de feijão com paio. 
R. Serra de Juréa, 698, Cidade Mãe do Céu, região leste, tel. 99712-0257. 24 lugares. Ter. a sex.: 12h às 15h30. Sáb. e dom.: 12h às 16h30. 

Thai e-San
O salão simples contrasta com os vibrantes pratos da culinária tailandesa. São pratos como a salada de mamão verde, com cenoura, molho de peixe, suco de limão e amendoim torrado (R$ 20). Generosa, a porção de pad thai, apimentado macarrão de arroz e acompanhamentos como frango ou camarão, custa a partir de R$ 25.
R. Br. de Iguape, 446, Liberdade, região central{central}, tel. 96465-1344. 10 lugares. Seg. a dom.: 11h às 22h. Não aceita tíquetes. 


(*) Cepa trabalha bons ingredientes em cozinha bem-executada e nada óbvia
Na região do Tatuapé, restaurante é comandado pelo casal Lucas Dante e Gabrielli Fleming - 19/07/2019 
São Paulo se beneficia —e se mantém vibrante e diversa— com a ousadia de certos empreendedores, que se propõem a sair do senso comum. Eis nesse balaio o casal que acaba de inaugurar o Cepa, na região do Tatuapé, um restaurante pequeno, de ar jovem, cardápio enxuto, bem-executado e nada óbvio.

Num primeiro olhar, os preparos de Lucas Dante exibem traços autorais, fogem de qualquer bandeira e transmitem liberdade —da qual se vale para tratar bons ingredientes.
Uma observação mais profunda permite notar um fio condutor. O chef parte de uma filosofia, e a coloca em prática: usa produtos frescos, não congela carnes e peixes, e busca explorar os alimentos no limite e seus processos de conservação, como fermentação e cura.

Aplica o conhecimento que acumulou ao lado do italiano Marco Renzetti, na Osteria del Pettirosso, ao oferecer, por exemplo, sua tábua de embutidos curados na casa, fatiados cuidadosamente (R$ 24). O lardo derrete no céu da boca, que beleza, e o picles de rabanete, ácido, ultraintenso provoca as papilas e quebra a gordura a um só tempo.
Para dar liga aos cubos de carne crua, cortados grosseiramente e temperados com parcimônia (mostarda fermentada na casa, pimenta-do-reino e chips de alho), Dante usa o avinagrado da conserva de quiabo, no qual concentra-se a baba do vegetal (R$ 36).

Se por um lado há arrojo, por outro surge um apelativo e atraente mil-folhas de batata, pincelado com manteiga trufada, com superfície crocante, sobre um creme de queijo reblochon, para comer de colher (R$ 24). 

Carnudo, com pele gelatinosa e cozido no vapor, o olhete chega à mesa envolto em um dashi, o caldo base da cozinha japonesa, com purê de mandioca, que equilibra doçura e acidez (R$ 49).

A paleta de copa lombo, alta e rosada, é guarnecida com purê de maçã, brócolis firmes, tostados no calor da lenha e do carvão, e pele pururucada, que desidrata no forno, aproveitada das rebarbas da tábua de curados (R$ 52).

Sai-se excessivamente adocicado e sem equilíbrio o rigatoni com creme de abóbora (muito denso) —parece deslocado do cardápio, que revela mais delicadeza.

Serviço de vinho e de salão, feitos pela sócia e sommelière Gabrielli Fleming, é competente e uma doçura, diferentemente das sobremesas, corajosamente contidas no açúcar.

Gastronomia coreana é tão pop quanto ‘Parasita’

Marcos Nogueira, FSP 13.fev.2020

Bicho-papão do Oscar de 2020, o filme “Parasita” deu ainda mais visibilidade à cultura coreana, em alta no mundo todo graças às bandas adolescentes de K-pop.

A culinária da Coreia também faz sucesso estrondoso onde a comunidade imigrante é numerosa e integrada –caso de Los Angeles, nos Estados Unidos. Em São Paulo, onde vivem cerca de 50 mil coreanos e descendentes, começa a assimilar essa gastronomia.

É muito fácil gostar da comida coreana. Por trás de nomes esquisitos, cheiros pungentes e apresentações enigmáticas, estão sabores familiares. Só como exemplo, um dos rituais gastronômicos mais populares da Coreia é preparar churrasco enquanto se bebe cerveja.

QUEM SÃO, ONDE MORAM, COMO VIVEM
A comunidade coreana começou a se estabelecer em São Paulo na década de 1960. Os imigrantes se destacaram na indústria e no comércio de têxteis. Muitos se instalaram no Bom Retiro, onde ficam as oficinas. Outros preferiram viver na Aclimação, bairro tranquilo e ajardinado que viveu um boom imobiliário no fim do século passado. A leva mais recente de estrangeiros é composta por funcionários de multinacionais de origem coreana. Eles escolheram como base a região do Morumbi, próxima às sedes de companhias como Samsung, LG e Hyundai.

O QUE NÃO PODE FALTAR À MESA
Kimchi
É o alimento mais típico da dieta coreana. Trata-se de vegetais fermentados em uma mistura picante de temperos. Além do kimchi de acelga, há os de alho, nabo, pepino e folha de mostarda, entre outros.
Banchan
São porções pequenas de comidas variadas que acompanham todas as refeições. Kimchi, peixinhos secos, panqueca de cebolinha, batata-doce caramelizada, broto de feijão e até salsicha podem compor o banchan.
Arroz
Como toda culinária asiática, a coreana tem o arroz como carboidrato principal. Ele é servido sem temperos, como o Gohan japonês.

INGREDIENTES TÍPICOS
Gochujang
É uma pasta fermentada de pimenta malagueta, arroz e soja, que os coreanos metem em quase tudo. Não é tão picante quanto a cor vermelha intensa dá a entender.
Toppoki
São rolos feitos de massa de arroz, com consistência de um nhoque firme e sabor neutro. Comem-se como petisco, em molho de gochujang.
Kkaenip
A folha de gergelim é um elemento fundamental do ssam, o “taco” coreano. Usa-se a folha para enrolar, à mesa, uma espécie de charutinho com arroz, algum tipo de carne e outros vegetais. Alface e outras verduras também cumprem esse papel.

PRATOS CLÁSSICOS
Bulgogi
O churrasco coreano é preparado à mesa em um braseiro ou chapa aquecida a gás. A carne chega crua –no caso do bulgogi, é contrafilé em tiras, marinado em um caldo adocicado–, acompanhada de arroz, banchan e folhas para fazer ssam.
Bibimbap
Em uma panela de pedra-sabão muito, muito quente, chegam à mesa arroz, óleo de gergelim, legumes, gochujang, ovo e, na maior parte das vezes, carne moída. Tudo isso é misturado furiosamente, em segundos, e se transforma em um mexidão delicioso.
Cheese buldak
Sobrecoxa de frango desossada, gochujang e mozarela derretida compõem este popular petisco de boteco que, traduzido literalmente, significa “frango de fogo com queijo”.

VOCÊ JÁ DEVE CONHECER
Mandu
São os pasteizinhos que os japoneses conhecem por gyoza e os chineses chamam de jiaozi. O recheio mais comum leva carne de porco e legumes.
Ramyun
A versão coreana do lámen costuma vir em caldo de carne bovina –a sopa japonesa de macarrão geralmente contém frango e/ou porco.

ESTRANHO
Lula seca salgada
Seca, dura, borrachenta e um tanto fedegosa, cumpre o papel do amendoim ou do torresmo: um petisco para comer à toa ou acompanhar cerveja gelada.
Conserva de bicho-da-seda
As larvas da mariposa Bombyx mori também habitam a culinária coreana. Uma forma de comê-las numa sopa rala.

TABU
Cachorro
O consumo de carne canina, um artigo de luxo na Coreia, está caindo em desuso com a crescente ocidentalização dos costumes. Mas ainda persiste em alguns nichos da comunidade, inclusive no Brasil. Com sabedoria, os coreanos-brasileiros desconversam quando o assunto vem à tona.

ONDE COMER
New Shin-la Kwan
Casa especializada no churrasco coreano, é uma das poucas na cidade em que a grelha no centro da mesa vem sobre um braseiro de verdade. Prove o peito de pato temperado com gochujang, coisa de outro mundo.
Rua Prates, 343, Bom Retiro, tel.: 3315-9021
Bi Col
Salão amplo e confortável, com serviço profissional. O bulgogi é fabuloso, mas vale a pena provar também o kalbi (costela assada na churrasqueira). O kimchi da casa é algo de excepcional.
Rua José Getúlio, 422, Aclimação. Tel.: 3208-4123
Komah
Paulo Shin, dono e chef, fez o caminho das pedras da gastronomia acadêmica francesa. Isso resulta em apresentações tão surpreendentes quanto deliciosas –destaque para o arroz queimado de kimchi com omelete cremosa.
Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 378, Barra Funda. Tel.: 3392-7072
WA Bar
Essencial para quem se interessa em conhecer a cultura jovem coreano-paulistana. Música alta (K-pop, evidentemente), luz baixa e comidas que vão do frango frito picante à famigerada sopa de larvas de bicho-da-seda.

Rua Prates, 613, Bom Retiro. Tel.: 3228-1761

SORVETES

Albero dei Gelati
Orgânico e local são os adjetivos da vez no universo gastronômico. Nesta gelateria milanesa —que chegou a Pinheiros em julho e ganhou esta unidade, na região dos Jardins, em dezembro—, eles complementam a proposta do negócio ao buscar ter, também, um bom relacionamento com os produtores, daí o apelido “gelato agrícola”. As bolas (R$ 12 a R$ 24) podem ser degustadas na casquinha, feita na casa, ou num copinho biodegradável que é, pasmem, comestível. Diariamente são servidos 18 sabores. Alguns deles, como chocolate e pistache, são fixos, mas também tem os sazonais, caso do de manga e amora, e os salgados, como o de pimentão e cebola.
Al. Tietê, 198, Cerqueira César, região oeste, tel. 3062-2436. 25 lugares. Seg. a qui. e dom.: 10h às 23h. Sex. e sáb.: 10h às 24h.

Bianco
A empreitada é fruto da parceria das irmãs Ana Carolina e Lu Bonometti, conhecida confeiteira à frente da Lu Bonometti Biscotti & Dolcezze, nos Jardins, e da Casa Bonometti, em Higienópolis. Com isso, boa parte dos sabores e receitas parte do universo dos biscoitos —uma das atrações, inclusive, é o sanduíche de cookies recheado com sorvete. O de chocolate triplo é combinado com sorvete de fior di latte e sai por R$ 10. Outra receita dali é o Gelatostex (R$ 15) um brioche quentinho recheado de sorvete. Para quem prefere o jeito tradicional de consumir gelato, dá para escolher os sabores em copinhos (R$ 12 a 16) ou casquinhas (R$ 13 ou R$ 14).
R. Itapicuru, 411, Perdizes, região oeste, tel. 3673-1184. 22 lugares. Seg. a qui.: 11h às 21h. Sex. a dom.: 11h às 22h.

Bullguer
A rede de smash burger —hambúrgueres mais fininhos— ganhou mais uma unidade na capital paulista, agora no Paraíso. Junto com a inauguração, veio uma novidade gelada: a casquinha de Reese’s. 
O bombom americano recheado de creme de amendoim estrela esta sobremesa, que também tem sorvete de baunilha, calda de chocolate e granulado 
de amendoim (R$ 12). Está disponível em todas as lojas da marca.
R. Des. Eliseu Guilherme, 200, Paraíso, região sul, s/ tel. Seg. a dom.: 11h30 às 24h. Não aceita cartões.

Cold Stone
A rede americana de sorvete na pedra voltou a dar as caras no Brasil após hiato de cerca de um ano. A estrela do menu é o Super Premium, que pode ser personalizado pela clientela, que incrementa a receita com ingredientes à escolha. Para ajudar os indecisos, também sugere combinações prontas, que podem surgir de sabores como morango, menta, chocolate, cheesecake e massa de bolo (R$ 12 a R$ 22). 
Av. Giovanni Gronchi, 5.930, Vila Andrade, região oeste, tel. 3740-6946. 17 lugares. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 20h30.  

Da Pá Virada
Acaba de ganhar o sétimo endereço, no Morumbi. Ali, dá para provar diariamente 24 entre os 160 sabores do portfólio da marca, todos feitos com matéria-prima natural e sem bases prontas. Os sabores vão dos tradicionais —como doce de leite, baunilha e coco, por exemplo— aos diferentões, como pera com queijo, café irlandês e gorgonzola. A novidade para o verão são opções como o sorbet de lichia, marangacujá, laranja, cupuaçu. Além dos sorvetes, também tem espaço para café e um cardápio com doces de confeitaria.
R. Mal. Hastinfilo de Moura, 641, loja 3, Vila Suzana, região oeste, tel. 3502 2333. 50 lugares. Seg. a dom.: 10h às 22h.  

Davvero Gelato Tradizionale
Com cinco anos, a sorveteria das irmãs Suelen Ferrari e Débora Tesoto ganhou um endereço temporário em Pinheiros, no lobby de um empreendimento imobiliário —a loja funciona somente até junho. O menu mantém a linha das outras casas, nas quais a dupla honra sua origem italiana mas sem deixar de lado um pouco do gingado brasileiro. São 12 sabores disponíveis diariamente, como chocolate belga, fior di latte, manga, limão-cravo e frutas vermelhas. Outra novidade são as pazinhas, feitas de plástico compostável 100% biodegradável. Os valores vão de R$ 13 a R$ 17.
R. dos Pinheiros, 773, Pinheiros, região oeste, s/ tel. 30 lugares. Seg. a qui. e dom.: 10h às 23h. Sex. e sáb.: 10h30 às 24h. 

Mio Gelato e Café
Originária de São José dos Campos (interior de São Paulo), a marca fez sua estreia na capital em agosto, com esta loja no shopping D&D. Como o nome sugere, o que se encontra por ali é o cremoso gelato italiano, com sabores como chocolate belga e pistache, servidos no pote (R$ 12,50 a R$ 17,50 com até três sabores, ou R$ 28,50 com até quatro) ou na casquinha (R$ 12,50 a R$ 14,50). O espaço também oferece café, com sugestões como o caramelo macchiato (R$ 11) e o mocha (R$ 11,50).
Shopping D&D - Av. das Nações Unidas, 125.555, Cidade Monções, região sul, tel. 3043-9090. 24 lugares. Seg. a sex.: 10h às 22h. Sáb.: 12h às 20h. Dom.: 12h às 19h.  

Pinguina
Uma simpática casinha azulada abriga esta sorveteria, na vizinhança do Beco do Batman. Por ali, nada de corantes, aromatizantes ou bases prontas: é tudo natural. Diariamente, a geladeira é abastecida com 12 sabores, parte inspirada em ingredientes brasileiros (como cajá, cumaru e jabuticaba), parte em combinações especiais (como lavanda com baunilha ou framboesa com água de rosas). O local também tem receitas geladas inspiradas em drinques —atualmente, oferece uma com sabor de vermute de jabuticaba. Uma bola sai por R$ 10 e duas, por R$ 15.
R. Medeiros de Albuquerque, 337, Jardim das Bandeiras, tel. 3031-6111. 16 pessoas. Ter. a sáb.: 12h30 às 19h. Dom.: 12h30 às 18h.  

Stuppendo
Há quem diga que a cor preta não combina com verão. Pois nesta sorveteria de inspiração italiana, que tem entre os sócios o apresentador Edu Guedes, ela aparece em uma receita recém-lançada, chamada Speciale. A coloração é fruto da combinação de carvão ativado, cacau e castanha-de-baru e os preços vão de R$ 15 a R$ 28. Se não quiser provar a novidade, sem problemas: a casa tem mais de 800 sabores no portfólio, com opções como lemon pie, pistache e macadâmia caramelizada. Também oferece expresso e doces como pão de mel, brigadeiro na loja.
R. Canário, 1.321, Moema, região sul, tel. 5093-2967. Ter. a qui.  e dom.: 12h30 às 21h. Sex. e sáb.: 12h30 às 22h.

Toutsie
A marca carioca desembarcou em setembro em São Paulo com uma combinação de doces estrangeiros para montar a sua própria versão de sanduíche de sorvete: aqui, a base pode ser do francês macaron ou do americano brownie. Com isso, surgem combinações super coloridas como a de macaron de frutas vermelhas e sorvete de baunilha ou brownie de Ovomaltine com sorvete de doce de leite —são mais de 2.660 possibilidades e, sim, dá para juntar brownie e macaron num mesmo sanduíche. Cada doce sai por R$ 16,90.
Shopping Pátio Paulista - R. Treze de Maio, 1.947, Bela Vista, região central, tel. 97170-4901. 20 pessoas. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 14h às 20h.  

Zhöu Zhöu
A loja é especializada em bubble waffles. O menu é curto, só com sorvetes ou waffles, mas as possibilidades são quase infinitas. A opção mais incrementada, que combina os dois doces e permite ao cliente escolher quantas coberturas quiser, sai por R$ 18. A massa demora cerca de dez minutos para ficar pronta, tem sabor suave e é entregue quentinha e pode vir com os seguintes recheios: sorvete (baunilha, chocolate ou misto), coberturas (Nutella, leite condensado, calda de morango ou chocolate) e itens como marshmallow, farofa doce, chocolate, bolacha, bala de goma, confeitos, cereais matinais, biju, granulados coloridos e, ufa, banana e morango.
Al. Jaú, 1.494, Jardim Paulista, região oeste, tel. 99439-8292. Ter. a sex.: 12h às 19h30. Sáb.: 14h às 20h. Dom.: 14h às 19h.

ESPECIAL
Eataly
O megaempório promove um fim de semana dedicado aos sorvetes, chamado Gelato Weekend. Quem passar pela loja, vai poder degustar as receitas de endereços conhecidos da cidade, como a Le Botteghe di Leonardo, Gelato Boutique, Albero del Gelato e O Sole Mio, que montam estandes no primeiro andar. Já quem comer nos restaurantes da casa, pode provar uma receita especial: torta caprese com gelato de fior di latte (R$ 10). Além disso, oferece workshops gratuitos de sobremesas feitas com sorvete ou gelato, neste sábado (11), a partir das 11h, e no domingo (12), a partir das 15h. As vagas serão preenchidas por ordem de chegada.
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1.489, Vila Nova Conceição, tel. 3279-3300. Gelato Weekend - Sáb. (11): 12h às 22h. Dom.:  12h às 20h. Workshops - Sáb. (11): 11h às 12h. Dom. (12): 15h às 16h. GRÁTIS

MILK-SHAKES
Busger
Esta rede de hamburguerias, cujas cozinhas funcionam dentro de ônibus antigos, incrementou o menu de milk-shakes com uma novidade para o verão: o sabor Sensação. Inspirada no bombom com recheio cremoso de morango, a bebida tem sorvete da fruta, calda de chocolate e biscoitos de chocolate triturados —para dar um toque crocante (R$ 17,90).
R. Dr. César, 658, Santana, região norte, tel. 94852-8401. 100 lugares. Ter. a qui. e dom.: 11h45 às 23h. Sex. e sáb.: 11h45 às 24h. 

General Prime Burger
A rede de hamburguerias também oferece boas opções de milk-shake para acompanhar os sanduíches. O que leva o nome da casa, mais tradicional, tem sorvete de creme com Nutella e avelã picada (R$ 29), mas o menu também lista sabores como pistache (R$ 31), Ovomaltine (R$ 28) e paçoca (R$ 30).
Shopping Morumbi Town - Av. Giovanni Gronchi 5930, piso 1, loja 113, Morumbi, tel. 3502-6770. Seg. a dom.: 12h às 22h 

Guarita Burger
A hamburgueria tem um belo cardápio de milk-shakes para acompanhar os sanduíches da casa. As últimas criações foram o de paçoca, o de Ovomaltine com cookies e o de frutas vermelhas e hibisco. Entre os já conhecidos do público, estão o de matcha e o de caramelo salgado, além do tradicional Choco-Oreo. 
As bebidas custam entre R$ 9,90 e R$ 18.
R. Antonio Carlos, 395, Consolação, região central, tel. 3262-1677. Seg. a qui. e dom..: 11h27 às 0h07. Sex. e sáb.: 11h27 às 1h07.

Holy Burger
A badalada hamburgueria da Vila Buarque reabriu em novembro com salão ampliado e novidades no menu. Agora em janeiro, a casa lançou dois milk-shakes. Há um mais tradicional, com sorvete de chocolate e ganache de chocolate meio amargo. Mas também tem uma novidade diferentona: a feita com sorvete de leite e incrementada com pipoca de caramelo (R$ 25 cada um). 
R. Dr. Cesário Mota Jr., 527, Vila Buarque, região central, tel. 4329-9475. 35 lugares. Seg. a qui.: 12h às 24h. Sex. e sáb.: 12h à 1h. Dom.: 12h às 23h.  

Jazz Restô & Burgers
O menu desta casa é um convite a enfiar o pé na jaca: hambúrgueres imensos e megarrecheados, torre de cheddar (para molhar as fritas) e, claro, milk-shakes. As bebidas seguem a linha dos lanches, com combinações como a Caribbean (banana, sorvete de baunilha e calda de banana-passa; a partir de R$ 17), e a de Churros, servido com versões mini do quitute recheadas de doce de leite (a partir de R$ 19).
Largo da Dona Ana Rosa, 33, Vila Mariana,  tel. 2369-1473. Seg. a qui.: 11h30 às 23h. Sex.: 11h30 às 15h. Sábado: 19h às 24h. Dom.: 12h às 23h.

Johnny Rockets
Em meio à decoração vintage, que remete aos anos 1950, é possível provar novidades geladas, como é o caso do Shake Hershey’s, com chocolate da marca batido com sorvete de creme, chantili e uma cereja para decorar (R$ 18 a R$ 26). Outra é o James Brownie Sundae (R$ 39,90), uma megataça de 1 litro com sorvetes de chocolate, morango e creme, brownie de chocolate, biju de baunilha e toppings diversos. Como é de se imaginar, a dica é compartilhar a sobremesa, que serve até três.
Shopping Cidade São Paulo - Av. Paulista, 1.230, 4º andar, Bela Vista, região central, tel. 3595-1493. 115 lugares. Seg. a dom.: 12h às 22h.  

Lanchonete da Cidade
Neste endereço clássico, as receitas de milk-shake seguem a linha tradicional: os sabores são chocolate, creme ou morango, com preços que vão dos R$ 16 aos R$ 23. Para quem curte a crocância do Ovomaltine, há uma bebida feita com o produto (R$ 18 a R$ 25).
Rua Coropés, 51, Pinheiros,tel. 3812-9508. Seg.: 12h às 15h e 18h às 24h. Ter. a qui.: 12h à 1h. Sex. sáb.: 12h às 2h. Dom.: 12h à 24h.

Matilda
Na lanchonete da chef Renata Vanzetto dá tanto para enfiar o pé na jaca como provar lanches com uma pegada mais saudável. O mesmo acontece com os milk-shakes. São três opções: o da casa é feito com sorvete de chocolate e calda de Nutella (R$ 18). Para os veganos, a sugestão tem chocolate 70% e leite de amêndoas (R$ 30). A galera fit também é contemplada com o Avokado: creme de abacate, suco de laranja, mel, leite de coco, castanhas, berries e sementes (R$ 22).
R. Bela Cintra, 1.541, Consolação, tel. 3081-8358. Ter. a sex.: 12h às 15h e 18h às 23h. Sáb.: 12h às 23h. Dom.: 12h às 22h.

Shake Shake
É especializada em guloseimas vintage. A começar pela clássica Vaca Preta, feita com sorvete de flocos e refrigerante de cola (R$ 18 a R$ 38). O local também oferece uma seleção de geladinhos (ou sacolés, gelinhos, chup-chup…) com sabores afetivos, como Yakult, bala 7Belo e Danoninho (R$ 5 cada um).  

Av. Pompeia, 1.912, Vila Pompeia, região oeste, tel. 94738-2665. Ter. a qui.: 12h às 20h30. Sex. e sáb.: 12h às 22h. Dom.: 13h às 20h.

Recheio sem miséria marca tortas e bolo da Cozzinha do Centro, novidade em SP

FSP, 13.dez.2019 Mariana Agunzi

Não é de hoje que o centro de São Paulo vive um boom de bares e restaurantes. A região, em constante renovação, passou a ser cobiçada por chefs e se tornou ponto de encontro de clientes hipsters (basicamente, os jovens de classe média, que tentam se opor à cultura de massa e criar seus próprios modismos).

Nessa toada, mais uma casa abriu as portas por lá: a Cozzinha do Centro, um misto de café e restaurante das sócias Coca Marcusso (ex-Holy Burger e Fôrno) e Gisele Carrasco. O espaço segue a linha dos restaurantes de cozinha afetiva, com pratos simples e gostosos, daqueles que você comeria em casa.

O foco são as tortas, assadas diariamente e servidas em pedaços (R$ 25 cada um). Há quatro opções: mix de cogumelos, palmito, frango com Catupiry e carne-louca. Elas podem ser acompanhadas de uma salada de folhas, que chega à mesa com tomatinhos confit e croutons.

Foi justamente pelas tortas que o Pitaco Cultural resolveu conhecer o lugar. Afinal, não há nada mais desanimador do que pedir uma torta com salada no almoço –na tentativa de fazer uma refeição mais saudável–, mas acabar pagando caro e sair com fome. Vale ressaltar: isso é bem comum aqui em São Paulo.

Não, na Cozzinha do Centro você não vai sair com fome. Os pedaços são generosos, muito recheados e, se acrescidos da salada (+ R$ 9), cumprem bem o papel de uma refeição completa. Há também duas opções de pratos do dia (R$ 30), sendo uma delas vegetariana. No dia da visita deste blog, a sugestão era lasanha (tradicional ou de queijos).

Na hora da sobremesa ou de uma pausa para o café da tarde, não hesite em provar o bolo de chocolate amargo (R$ 16): bem molhadinho, é recheado com duas camadas de brigadeiro branco. Uma delícia! Tão bem servido que dá até para ser partilhado, sem medo, por duas pessoas. Há também o bolo da casa (R$ 12), com banana e especiarias.

Outro destaque são as louças usadas pelo lugar, que são lindas. Pintadas, coloridas, com texturas. Cada torta é servida em um prato diferente –um mimo que conta pontos, assim como o salão, que tem uma inusitada decoração de rodas espalhadas pelo teto.

Mas faz toda a diferença, também, atentar a detalhes básicos e que escaparam no dia da visita. A torta de cogumelos chegou fria à mesa e precisou voltar ao balcão para requentar. A de palmito estava um pouco salgada (a crosta de queijo parmesão sobre a massa é deliciosa, mas pode contribuir para a salmoura). As mesas não tinham guardanapos.
Por isso, vale sempre sempre ressaltar: antes do adicional, o essencial precisa estar bem-feito.

A Cozzinha do Centro tem todo potencial para entrar na rota das boas surpresas gastronômicas do centro de São Paulo. Nosso pitaco  é de que vale a pena, sim, visitá-la. Os detalhes que faltaram, espera-se, devem ser corrigidos com mais tempo de operação.
*

Cozzinha do Centro. Rua Tupi, 121, Santa Cecília, São Paulo. Seg. a qui. e sáb.: 12h às 16h. Sex.: 12h às 22h.

Gastronomia de hotéis recupera fôlego e requinte com novos bares e restaurantes

Novos Neto e Caju, no recém-inaugurado Four Seasons, reforçam cena gastronômica

[Luiza Fecarotta] FSP, 23/11/2018 

Pode-se dizer que o efervescente hotel Maksoud Plaza cravou seu lugar na memória paulistana. Ali, nos anos 1980, abriu o histórico La Cuisine du Soleil, inaugurado pelo ícone da nouvelle cuisine francesa Roger Vergé, e o 150 Night Club, onde gente como Frank Sinatra se apresentou. 

No começo dos anos 2000, o espaço passou um tempo apagado, mas recuperou o brilho com a inauguração do Frank, bar de alta coquetelaria, em 2015. Depois, vimos o investimento na gastronomia recuperar o fôlego no setor hoteleiro, com as aberturas de casas como o Seen e o Tangará Jean-Georges, e com a volta do Ca’d’Oro, outro clássico da cidade. 

Para além destas, temos outros dois endereços que não perderam o fôlego, o Fasano e o Skye, e duas novas promessas para os próximos anos, o Rosewood (cujo restaurante ainda não foi anunciado) e o Nobu Hotel.

Fórmula que une hotelaria a alta gastronomia perdura
César Ritz (1850-1918) odiava cuidar das vacas, quando criança, na aldeia suíça na montanha em que nascera. Foi estudar em Sion para “ser outra coisa que não um camponês”.
Experimentou ser aprendiz de sommelier —e fracassou. Como ajudante de garçom, poliu botas, esfregou chão e carregou malas; perdeu outro emprego no ramo por quebrar muitas louças.

Foi esse personagem insistentemente ambicioso, porém, que, anos mais tarde, tornou-se um hoteleiro excepcional. Ritz aliou-se a um dos cozinheiros mais celebrados da gastronomia, Auguste Escoffier (1846-1935), para promover a expansão das primeiras grandes redes de hotelaria, numa fórmula ainda hoje repetida pelo mundo, que conjuga conforto das instalações e cozinhas requintadas. 

Na São Paulo do século 21, grandes restaurantes de hotel também marcam cozinhas luxuosas da cidade. Eis exemplares como o Fasano, cuja família proprietária ergueu um império a partir de 1902, com a abertura de uma confeitaria, e consolidou ao longo dos anos uma das grifes mais requintadas do país, sustentada como tal até hoje.

Outrora monumento da gastronomia paulistana, o Ca’d’Oro, outro empreendimento familiar tradicional, permanece no imaginário da cidade. Ainda que tenha fechado em 2009 e reaberto mais moderno em 2016 —já sem a majestade da “casa de ouro” dos anos 1950—, segue a servir clássicos como as codornas com polenta.

Da nova safra, em uma São Paulo mais receptiva a casas de serviço simplificado e capazes de praticar preços contidos, nenhuma novidade se aproxima da excelência e pompa de antigamente, ainda que se faça notar a abertura dos luxuosos hotéis Palácio Tangará, cujo restaurante tem cardápio assinado pelo chef franco-americano Jean-Georges Vongerichten, e do recém-inaugurado Four Seasons, com seu já estrelado Neto. 

Four Seasons
A chegada da luxuosa rede canadense Four Seasons a São Paulo em novembro, última grande inauguração hoteleira na capital, trouxe consigo a abertura deste restaurante de culinária italiana feita com ingredientes brasileiros. (*)

Caju SP
A outra novidade está no saguão do hotel, o bar Caju, que recepciona o público com seu sinuoso balcão. Quem assina a carta é o bartender Paulo Ravelli, que busca homenagear sabores e costumes brasileiros em seus drinques. Exemplo é o Pingado (R$ 38), com cachaça, Cynar e mix de vermute com infusão de café. Outro, o Amigo Julep, combina o refrescante mint julep ao brasileiro caju amigo, com uísque, cachaça, compota de caju e hortelã (R$ 38). 
R. Eng. Mesquita Sampaio, 820, Vila São Francisco, região sul, s/ tel. 

Palácio Tangará

Tangará Jean-Georges
O 35º restaurante assinado pelo chef franco-americano Jean-Georges Vongerichten, e o primeiro dele no Brasil, abriu as portas em junho de 2017, junto à inauguração do imponente hotel que o abriga —e conquistou a primeira estrela Michelin neste 2018. A novidade mais recente foi o lançamento do menu-executivo, no almoço, por R$ 155.

Burle Bar
Cores sóbrias, petiscos assinados por Vongerichten e alta coquetelaria são as marcas do bar da casa, instalado no lobby do hotel. A carta traz drinques como o Le Bristol Paris, criado no hotel francês, com gim, chá Earl Grey, sabugueiro e suco de grapegruit (R$ 50). 
R. Dep. Laércio Corte, 1.501, Paraíso do Morumbi, região oeste, tel. 4904-4040

Tivoli Mofarrej

Seen
Entre os atrativos do restaurante, aberto em 2017 no 23º andar do hotel, estão o charmoso salão —com vista panorâmica da cidade—, clima de badalação, comida e drinques. O chef é William Ribeiro (ex-Bossa), que entrega receitas como o ravióli de cabra, com tomate confitado, mel de uruçu, manteiga queimada, nibs de cacau e rúcula (R$ 64). 

Must
Foi também em 2017, que o lobby do Tivoli Mofarrej ganhou este bar, com vista para a piscina do local. O menu tem coquetéis assinados por Jessica Sanchez, com receitas como o Cup of Tea, feito com gim, redução de amora, bitters de laranja e espuma de camomila com cabernet (R$ 35). 
Al. Santos, 1.437, Cerqueira César, região oeste{oeste}, tel. 3146-5923

WZ Hotel

Tetto
Desde maio de 2017 o topo do WZ Hotel, na Rebouças, abriga este bar com clima de balada, com direito à pista de dança e programação de festas. Atenção aos coquetéis, que têm a assinatura de Jean Ponce (Guarita) e Matheus Cunha. 
Av. Rebouças, 955, Cerqueira César, região oeste, tel. 2597-4818.  

Maksoud Plaza

Frank Bar
Depois de um período apagado, o clássico Maksoud Plaza recuperou o fôlego boêmio com a inauguração do Frank Bar, em 2015. Considerado um dos melhores bares do mundo (86º no ranking do 50 Best), é comandado por Spencer Amereno Jr. 

Vino!
Em agosto, o Frank ganhou a companhia do Vino!, com opções de vinhos em taça a partir de R$ 12 e cardápio comestível assinado por Flavio Miyamura (Extásia), com pratos como o fetuccine com ragu de cogumelos e toque de ervas (R$ 42). O hotel abriga, ainda, o Restaurante 150, com serviço de bufê e à la carte. 
R. São Carlos do Pinhal, 424, Bela Vista, região central, tel. 3145-8000

Clássicos

Fasano
Primogênita de uma das mais importantes grifes da alta gastronomia paulistana, a casa foi fundada há 35 anos e, desde 2003, funciona no térreo do luxuoso hotel homônimo. À frente da cozinha, está o italiano Luca Gozzani. Mesmo com algumas inovações, o cardápio mantém o espaço de antigos conhecidos 
da clientela, caso do ossobuco de vitela com vinho branco e ervas, guarnecido de risoto à milanesa (R$ 182).
R. Vitório Fasano, 88, Cerqueira César, região oeste{oeste}, tel. 3896-4150

Skye
Em agosto, o espaço passou alguns dias fechado para depois reabrir de cara nova. Mas a qualidade da cozinha permanece —está a cargo do francês Emmanuel Bassoleil, pilotando os fogões da casa há 15 anos. Ele mescla sotaques em receitas como a do Cassoulet Amazônico, um cozido de pirarucu, tambaqui, feijão-manteiguinha, tucupi e jambu, purê de banana e farinha de uarini (R$ 98).
Av. Brig. Luís Antônio, 4.700, cobertura, Jardim Paulista, região oeste{oeste}, tel. 3055-4702

Vem aí
São Paulo receberá mais três grandes hotéis —com promessa, é claro, de bons restaurantes e bares. O Rosewood, nos arredores da avenida Paulista, deve abrir em 2020; na mesma região, o hotel D.O.M. deve vir em 2021. O último é o hotel Nobu, no Itaim, ainda sem previsão —mas já dá para conhecer o restaurante do grupo, que, aliás, acaba de chegar à cidade.


(*) No Four Seasons, Neto dá pincelada brasileira em original menu italiano
Restaurante é comandado pelo italiano Paolo Lavezzini, ex-Fasano Al Mare

Josimar Melo FSP, 23.11.18

A recente inauguração do hotel da rede Four Seasons em São Paulo trouxe um presente adicional para a cidade —o restaurante Neto.

Com uma ambientação mais informal do que se poderia esperar, ele tem à sua frente o experiente chef italiano Paolo Lavezzini, que veio ao Brasil para assumir a cozinha do hotel Fasano do Rio de Janeiro, onde ficou por seis anos.

Nascido e criado na região da Emilia-Romagna, de onde saiu para estudar cozinha na Toscana (duas regiões de sonho para os gulosos), o chef trabalhou em grandes hotéis na Europa antes de aqui desembarcar.

No Rio, sua especialidade era a cozinha do mar; em São Paulo, apresenta uma culinária diferente: original, instigante, decididamente italiana, mas toda pincelada com ingredientes brasileiros.

É o que mostram receitas como as vieiras cruas (infelizmente sem todo o frescor necessário) marinadas na tangerina com sal negro, cará e farinha d’água (R$ 60); os lagostins que, ao lado da delicada couve-flor, do pistache e do lardo, se acentuam com um toque de tucupi (R$ 60).

Outro exemplo são os tagliolini feitos de feijão preto, servidos com alho, azeite, pimenta-de-bode, couve-manteiga e bottarga (R$ 75) —feijão, couve e pimenta, eis uma massa com divertido toque brasileiro.

O cardápio se orienta para o uso de ingredientes comprados nas redondezas. O tomate, por exemplo, é de São Paulo mesmo (usado, sem demérito, no molho do espaguete, junto com manjericão e queijo de ovelha nacional, R$ 70); o mesmo vale para a burrata com rúcula selvagem e diferentes tomates (R$ 80).

Carne bem maturada, e feita na brasa de verdade, é a base do bife ancho com chicória salteada na manteiga de castanha-do-pará e delicioso arroz-cateto crocante (R$ 130); e da bisteca fiorentina servida com batatas aceboladas com pancetta defumada e alecrim (R$ 260, para dois).

Tem mais brasilidade também nas equilibradas sobremesas —como bolo de castanha-do-pará com cupuaçu e sorvete de banana (R$ 32) e o abacaxi de Pernambuco com caramelo e coalhada (R$ 30).

  • Quando Seg. a qui.: 12h às 15h e 19h às 23h. Sex.: 12h às 15h e 19h às 24h. Sáb.: 13h às 16h e 19h às 24h. Dom.: 13h às 16h e 19h às 23h.
  • Onde Four Seasons - R. Eng. Mesquita Sampaio, 820, Vila São Francisco, região sul, s/ tel. 166 lugares.