Comida sem frescura
Panela velha é que faz comida boa
Parece esquisito comer hambúrguer em
restaurante japonês, mas o do é muito bom
Todo mundo gosta de descobrir novos lugares
para comer. Mas, não raro, detetives culinários também têm seus dias de azar.
Quantas vezes não achamos "aquele" lugar inédito, às vezes até
recomendado por amigos, e nos decepcionamos?
Há alguns dias, tive uma maré de azar. Fui a
três lugares que não conhecia e saí frustrado dos três.
Nessas horas, o negócio é assumir os erros e
apelar aos velhos favoritos de sempre. Foi assim que retornamos ao Kidoairaku.
O Kidoairaku não tem uma fachada das mais
vistosas. De fora, nada indica ser um dos melhores restaurantes japoneses da
Liberdade.
Fica na esquina da São Joaquim com Galvão
Bueno, esquina perigosa, devido à velocidade de motoboys alucinados que sobem
zunindo a São Joaquim. Cuidado, portanto.
Quem vai pela primeira vez certamente se
surpreenderá com a "recepção": ao entrar, você verá uma tiazinha
japonesa sentada numa cama, assistindo TV. Se ela não estiver lá, você está no
lugar errado.
A especialidade da casa são os teishokus. No
Japão, o teishoku é o equivalente ao nosso "PF": uma refeição que
traz várias porções de pratos tradicionais. Nenhum teishoku está completo sem o
missoshiru (sopa), gohan (arroz) e o tsukemono (conservas).
O garçom sugere o teishoku de peixe prego no
molho missô. Pedimos também o katsudon (porco empanado sobre arroz adocicado),
muito bom. De entradas, berinjela grelhada no missô, uma das coisas mais
deliciosas que já experimentei, e buta no kakuni (barriga de porco cozida).
Um dos teishokus mais pedidos do Kidoairaku é
o de hambúrguer. Pode parecer esquisito comer hambúrguer em restaurante
japonês, mas o de lá é muito bom.
Os especiais do dia ficam anunciados em papéis
colados na parede. Não se acanhe em pedir ajuda ao garçom. Lá, diferentemente
de alguns lugares esnobes por aí, os atendentes, de fato, atendem.
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