Site: http://saopaulo.tastefestivals.com
Aconteceu entre os dias 8 e 11 de setembro a primeira edição
do Taste Festivals (um dos melhores eventos de restaurantes do mundo) na
América Latina: o Taste of São Paulo. O evento contou com a participação de 60
dos mais consagrados chefs do país e foi voltado para a alta gastronomia. Ele
reuniu cerca de 16 dos melhores restaurantes de São Paulo. A grande maioria dos
restaurantes participantes, além de serem renomados, possuem inúmeras
premiações nacionais e internacionais, entre eles vários com estrelas Michelin
(um dos maiores prêmios que um restaurante pode receber no mundo) ou citados
pelo guia. Estiveram por lá os melhores chefs da cidade (reconhecidos
nacionalmente e internacionalmente), presentes em inúmeros workshops e
palestras para quem foi visitar.
Os restaurantes presentes no evento foram: Fasano, um ícone
da alta gastronomia italiana; Mocotó, renomado restaurante de comida nordestina
do chef Rodrigo Oliveira; A Casa do Porco, do chef Jefferson Rueda; Tuju,
revelação na cena gastronômica paulistana; Maní, dos chefs Daniel Redondo e
Helena Rizzo; Kinoshita, um dos mais cobiçados restaurantes japoneses do país;
Astor, referência em drinques no país; Adega Santiago, com seus sabores
ibéricos; Bar da Dona Onça, um ícone da “cozinha de bar”; Fechado para Jantar,
famoso por suas empolgantes experiências gastronômicas; Manacá, considerado o
melhor restaurante do litoral paulista; Le Jazz, um delicioso bistrô; NB Steak,
que criou um conceito de rodízio de carnes premium; Tian, grande nome da
cozinha asiática; Clandestino, restaurante itinerante comandando pela chef Bel
Coelho e Bráz Trattoria, cantina moderna comandada pelos chefs Benny Novak e
Marcelo Tanus.
Estivemos presentes durante os 4 dias do festival e
percebemos que entre as aulas mais disputadas do evento destacaram-se as dos
chefs Erick Jacquin, Henrique Fogaça, Helena Rizzo (Maní), Rita Lobo (Canal
Panelinha), Janaína Rueda (Bar da Dona Onça) e Tsuyoshi Murakami (Kinoshita).
Já nos workshops os participantes tiveram a oportunidade de cozinhar com chefs
como Morena Leite (Capim Santo), Rodolfo de Santis (Nino Cucina), Marcelo Tanus
(Bráz Trattoria, Ici Brasserie e Astor), Wagner Resende (Parigi Bistrot),
Gabriela Kapim (GNT), Luca Gozzani (Fasano), entre outros.
Helena Rizzo, eleita a melhor chef do mundo em 2014 e chef
do estrelado Maní, ensinando a preparar um arroz de carreteiro.
A reconhecida chef Marina Pipatpan, do premiado Restaurante
Tian, ensinando os truques da culinária tailandesa e preparando o famoso Pad
Thai.
A reconhecida chef do Bar da Dona Onça, Janaína Rueda,
ensinando a preparar um Cuscuz de sardinha fresca e discutindo a alimentação
nas escolas.
O premiado chef Rodrigo Oliveira ensinando a receita do
Cuscuz do seu restaurante Mocotó.
O evento foi dividido em dois horários, de 12h às 16h e de
18h às 22h, e os pratos dos restaurantes eram pagos a parte (entre R$15 e
R$35). Logo, a pessoa que quisesse ir, deveria comprar seu ingresso para um dia
e um horário específico, tendo que se programar em relação as palestras e
workshops que aconteceriam naquele horário (caso pretendesse participar de
algum). Infelizmente os workshops eram bem concorridos e possuíam cerca de 28
vagas cada. Quem não reservou o seu lugar com antecedência acabou ficando de
fora ou teve que torcer para ter uma desistência e ser chamado na lista de
espera.
Papo de Cozinha: Workshops onde os participantes da feira
podiam cozinhar com chefs renomados.
Toda a empolgação do chef Tsuyoshi Murakami do estrelado
Kinoshita em uma palestra sobre Lâmen.
Por mais que tenham participado mais de 16 mil pessoas em
apenas 4 dias, o clima foi bem tranquilo. Alguns poucos espaços, como o do
restaurante Mocotó, estavam sempre com filas, mas nada que fosse insuportável
ou demorasse mais de 20 minutos para fazer seu pedido. Em geral a frequência
foi muito bem distribuída, sem ter grandes filas ou aglomerações onde você não
poderia andar. Pelo contrário, todos que compareceram tiveram a oportunidade de
conhecer os espaços dos restaurantes e demais expositores e assistir as aulas
que tiveram interesse. Somente os workshops não suportaram a grande demanda.
Apesar de algumas pessoas relatarem que não possuíam muitas mesas para sentar
com a família, o que percebemos, foi que muitas pessoas degustavam suas porções
em pé, em mesas mais altas (tipo de bar) ou que uma espera de 10 minutos era
mais que suficiente para encontrar algum lugar para sentar e se alocar em um
canto mais confortável.
O festival teve alguns números que surpreenderam devido à
grande demanda dos frequentadores. Entre os pratos best-sellers estavam o Porco
à San Zé (um clássico da Casa do Porco que dispensa apresentações), o Tiramisù
do Fasano, o Arroz de Pato da Adega Santiago, os Dadinho de Tapioca do Esquina
Mocotó e os Arancini do Bráz Trattoria.
No evento foram consumidos 100 mil pratos de comida, onde
foram 750 quilos de carne de porco da Casa do Porco, 15,2 mil dadinhos de
tapioca da Esquina Mocotó, 5 mil biscoitos de polvilho do Maní, 6 mil croquetes
de jamón da Adega Santiago, 1,2 mil de coquetéis do bar Astor, 2 mil porções de
tiramisù do Fasano, 10 mil pratos do Kinoshita, 2,5mil vidrinhos de tempero da
BR Spices e 3,6 mil arancini da Bráz Trattoria.
Outro lugar que chamou a atenção dos visitantes foi a Adega
Taste, que atraiu mais de 300 participantes para aulas e degustações de vinhos.
Nós experimentamos e avaliamos mais de 20 pratos (dos mais
de 60 pratos disponíveis) em todo o evento, e no geral a maioria estava bom ou
muito bom, cumprindo a proposta do evento de podermos experimentar um pouco de
cada restaurante e instigar a vontade de visitar o restaurante em um outro
momento. Se pensarmos na enorme quantidade de pratos produzidos no evento, é
uma vitória conseguirem produzir tantos pratos sem ter uma perda significativa
de qualidade. Também foi inevitável encontrar pratos que não empolgaram muito.
Segue abaixo os que mais nos chamaram atenção (dos que
provamos):
Tonkatsu (copa-lombo com molho tonkatsu sobre arroz e
karashi) do Kinoshita: todos os elementos tinham seu sabor, até mesmo o arroz
tinha seu destaque. E quem quisesse adicionar um pouco mais de picância,
bastava adicionar um pouco do karashi que acompanhava o prato.
As carnes do NB Steak (provamos o Bife Ancho e o Top Steak
com arroz biro-biro) estavam extremamente macias e suculentas.
Pork Bun (pão no vapor, porco, molho de ostras) do
restaurante Tian: uma delícia sem igual, ainda mais se você gosta de misturas
um pouco adocicadas (molho de ostra no caso). Consideramos esse um dos hits do
evento.
Galinhada Moderna do Bar da Dona Onça (Galinhada caipira,
quiabo, gema de ovo curada): muito bem temperada. Toda a atenção para essa
gema, que, quando estourada, dá um novo sabor e textura para o prato.
Shake trufa (sashimi de salmão selado com manteiga de trufas
brancas) do Kinoshita: maçaricado e extremamente saboroso.
Le Jazz (sanduíche de leitão com picles e mostarda): a
princípio, pelo tamanho e pela aparência, não dávamos nada por esse sanduíche,
mas essa impressão só durou até a primeira mordida. Uma casca crocante (à
pururuca) e extremamente suculento dentro. Um pequeno pecado!
Tiramisù do Fasano: se você imaginar que saíram 2 mil
porções dessa sobremesa, não era de esperar que estivesse na qualidade que
experimentamos. Leve (como um tiramisù deve ser e saboroso). Detalhe para os
chips de chocolate em cima da sobremesa.
Não citamos o Porco à San Zé (A Casa do Porco Bar) porque
não experimentamos ele dentro do festival. Mas, certamente, se estivesse na
mesma qualidade que é servido no restaurante, também entraria na lista dos
nossos hits.
Sem dúvida os pratos acima mereciam ser repetidos inúmeras
vezes de tão bons que estavam. Um belo motivo para visitar os seus respectivos
restaurantes e saborear outras surpresas.
Em 2017 tem mais!
Texto e fotos: Ricardo Brasil.
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