terça-feira, 27 de setembro de 2016

Taste of São Paulo - Todos os sabores em um só lugar

Site: http://saopaulo.tastefestivals.com

Aconteceu entre os dias 8 e 11 de setembro a primeira edição do Taste Festivals (um dos melhores eventos de restaurantes do mundo) na América Latina: o Taste of São Paulo. O evento contou com a participação de 60 dos mais consagrados chefs do país e foi voltado para a alta gastronomia. Ele reuniu cerca de 16 dos melhores restaurantes de São Paulo. A grande maioria dos restaurantes participantes, além de serem renomados, possuem inúmeras premiações nacionais e internacionais, entre eles vários com estrelas Michelin (um dos maiores prêmios que um restaurante pode receber no mundo) ou citados pelo guia. Estiveram por lá os melhores chefs da cidade (reconhecidos nacionalmente e internacionalmente), presentes em inúmeros workshops e palestras para quem foi visitar.

Os restaurantes presentes no evento foram: Fasano, um ícone da alta gastronomia italiana; Mocotó, renomado restaurante de comida nordestina do chef Rodrigo Oliveira; A Casa do Porco, do chef Jefferson Rueda; Tuju, revelação na cena gastronômica paulistana; Maní, dos chefs Daniel Redondo e Helena Rizzo; Kinoshita, um dos mais cobiçados restaurantes japoneses do país; Astor, referência em drinques no país; Adega Santiago, com seus sabores ibéricos; Bar da Dona Onça, um ícone da “cozinha de bar”; Fechado para Jantar, famoso por suas empolgantes experiências gastronômicas; Manacá, considerado o melhor restaurante do litoral paulista; Le Jazz, um delicioso bistrô; NB Steak, que criou um conceito de rodízio de carnes premium; Tian, grande nome da cozinha asiática; Clandestino, restaurante itinerante comandando pela chef Bel Coelho e Bráz Trattoria, cantina moderna comandada pelos chefs Benny Novak e Marcelo Tanus.

Estivemos presentes durante os 4 dias do festival e percebemos que entre as aulas mais disputadas do evento destacaram-se as dos chefs Erick Jacquin, Henrique Fogaça, Helena Rizzo (Maní), Rita Lobo (Canal Panelinha), Janaína Rueda (Bar da Dona Onça) e Tsuyoshi Murakami (Kinoshita). Já nos workshops os participantes tiveram a oportunidade de cozinhar com chefs como Morena Leite (Capim Santo), Rodolfo de Santis (Nino Cucina), Marcelo Tanus (Bráz Trattoria, Ici Brasserie e Astor), Wagner Resende (Parigi Bistrot), Gabriela Kapim (GNT), Luca Gozzani (Fasano), entre outros.

Helena Rizzo, eleita a melhor chef do mundo em 2014 e chef do estrelado Maní, ensinando a preparar um arroz de carreteiro.

A reconhecida chef Marina Pipatpan, do premiado Restaurante Tian, ensinando os truques da culinária tailandesa e preparando o famoso Pad Thai.

A reconhecida chef do Bar da Dona Onça, Janaína Rueda, ensinando a preparar um Cuscuz de sardinha fresca e discutindo a alimentação nas escolas.

O premiado chef Rodrigo Oliveira ensinando a receita do Cuscuz do seu restaurante Mocotó.

O evento foi dividido em dois horários, de 12h às 16h e de 18h às 22h, e os pratos dos restaurantes eram pagos a parte (entre R$15 e R$35). Logo, a pessoa que quisesse ir, deveria comprar seu ingresso para um dia e um horário específico, tendo que se programar em relação as palestras e workshops que aconteceriam naquele horário (caso pretendesse participar de algum). Infelizmente os workshops eram bem concorridos e possuíam cerca de 28 vagas cada. Quem não reservou o seu lugar com antecedência acabou ficando de fora ou teve que torcer para ter uma desistência e ser chamado na lista de espera.

Papo de Cozinha: Workshops onde os participantes da feira podiam cozinhar com chefs renomados.

Toda a empolgação do chef Tsuyoshi Murakami do estrelado Kinoshita em uma palestra sobre Lâmen.

Por mais que tenham participado mais de 16 mil pessoas em apenas 4 dias, o clima foi bem tranquilo. Alguns poucos espaços, como o do restaurante Mocotó, estavam sempre com filas, mas nada que fosse insuportável ou demorasse mais de 20 minutos para fazer seu pedido. Em geral a frequência foi muito bem distribuída, sem ter grandes filas ou aglomerações onde você não poderia andar. Pelo contrário, todos que compareceram tiveram a oportunidade de conhecer os espaços dos restaurantes e demais expositores e assistir as aulas que tiveram interesse. Somente os workshops não suportaram a grande demanda. Apesar de algumas pessoas relatarem que não possuíam muitas mesas para sentar com a família, o que percebemos, foi que muitas pessoas degustavam suas porções em pé, em mesas mais altas (tipo de bar) ou que uma espera de 10 minutos era mais que suficiente para encontrar algum lugar para sentar e se alocar em um canto mais confortável.

O festival teve alguns números que surpreenderam devido à grande demanda dos frequentadores. Entre os pratos best-sellers estavam o Porco à San Zé (um clássico da Casa do Porco que dispensa apresentações), o Tiramisù do Fasano, o Arroz de Pato da Adega Santiago, os Dadinho de Tapioca do Esquina Mocotó e os Arancini do Bráz Trattoria.

No evento foram consumidos 100 mil pratos de comida, onde foram 750 quilos de carne de porco da Casa do Porco, 15,2 mil dadinhos de tapioca da Esquina Mocotó, 5 mil biscoitos de polvilho do Maní, 6 mil croquetes de jamón da Adega Santiago, 1,2 mil de coquetéis do bar Astor, 2 mil porções de tiramisù do Fasano, 10 mil pratos do Kinoshita, 2,5mil vidrinhos de tempero da BR Spices e 3,6 mil arancini da Bráz Trattoria.

Outro lugar que chamou a atenção dos visitantes foi a Adega Taste, que atraiu mais de 300 participantes para aulas e degustações de vinhos.

Nós experimentamos e avaliamos mais de 20 pratos (dos mais de 60 pratos disponíveis) em todo o evento, e no geral a maioria estava bom ou muito bom, cumprindo a proposta do evento de podermos experimentar um pouco de cada restaurante e instigar a vontade de visitar o restaurante em um outro momento. Se pensarmos na enorme quantidade de pratos produzidos no evento, é uma vitória conseguirem produzir tantos pratos sem ter uma perda significativa de qualidade. Também foi inevitável encontrar pratos que não empolgaram muito.

Segue abaixo os que mais nos chamaram atenção (dos que provamos):

Tonkatsu (copa-lombo com molho tonkatsu sobre arroz e karashi) do Kinoshita: todos os elementos tinham seu sabor, até mesmo o arroz tinha seu destaque. E quem quisesse adicionar um pouco mais de picância, bastava adicionar um pouco do karashi que acompanhava o prato.

As carnes do NB Steak (provamos o Bife Ancho e o Top Steak com arroz biro-biro) estavam extremamente macias e suculentas.

Pork Bun (pão no vapor, porco, molho de ostras) do restaurante Tian: uma delícia sem igual, ainda mais se você gosta de misturas um pouco adocicadas (molho de ostra no caso). Consideramos esse um dos hits do evento.

Galinhada Moderna do Bar da Dona Onça (Galinhada caipira, quiabo, gema de ovo curada): muito bem temperada. Toda a atenção para essa gema, que, quando estourada, dá um novo sabor e textura para o prato.

Shake trufa (sashimi de salmão selado com manteiga de trufas brancas) do Kinoshita: maçaricado e extremamente saboroso.

Le Jazz (sanduíche de leitão com picles e mostarda): a princípio, pelo tamanho e pela aparência, não dávamos nada por esse sanduíche, mas essa impressão só durou até a primeira mordida. Uma casca crocante (à pururuca) e extremamente suculento dentro. Um pequeno pecado!

Tiramisù do Fasano: se você imaginar que saíram 2 mil porções dessa sobremesa, não era de esperar que estivesse na qualidade que experimentamos. Leve (como um tiramisù deve ser e saboroso). Detalhe para os chips de chocolate em cima da sobremesa.

Não citamos o Porco à San Zé (A Casa do Porco Bar) porque não experimentamos ele dentro do festival. Mas, certamente, se estivesse na mesma qualidade que é servido no restaurante, também entraria na lista dos nossos hits.

Sem dúvida os pratos acima mereciam ser repetidos inúmeras vezes de tão bons que estavam. Um belo motivo para visitar os seus respectivos restaurantes e saborear outras surpresas.

Em 2017 tem mais!

Texto e fotos: Ricardo Brasil.